No Centro Escolar de Rossio ao Sul do Tejo
houve
“Noite Cinco Estrelas”
houve
“Noite Cinco Estrelas”
No passado dia 23 de janeiro de 2011, Dia Mundial da Liberdade e que recorda a aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, os alunos da Turma D do Centro Escolar de Rossio ao Sul do Tejo viveram mais uma das suas inesquecíveis aventuras pedagógicas, com recurso a métodos simples, mas atraentes e cheios de movimento, música e criatividade.
Como se tivessem conhecimento do conteúdo do artigo 4º da Declaração dos Direitos do Homem (“A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo…), as crianças do 2º ano de escolaridade, da turma dos “Superformigas” decidiram fazer algo diferente do habitual: “Dormir na Biblioteca do Centro Escolar”.
Conseguida a devida autorização e o apoio de alguns professores, pais e assistentes operacionais lançaram-se na execução de mais este projeto pedagógico.
Em Assembleia de Turma decidiram repetir a peça de teatro, que apresentaram na Festa de Natal, “A Estrelinha Pálida”, numa adaptação da obra do escritor Pedro Seromenho efectuada pelo professor Américo Pereira, com o objetivo de trazerem à escola seus familiares e amigos, que tinham mostrado interesse em revê-la, em melhores condições.
Cinco atividades diferentes e perfeitamente enquadradas nos curricula do primeiro ciclo do Ensino Básico, alinharam o programa geral daquela noite, a que deram o título sugestivo de “Noite Cinco Estrelas”!
Passava pouco tempo das 19h30m, quando começaram a chegar os primeiros alunos à biblioteca da escola. Vinham excitadíssimos e com uma única dúvida: onde estender o saco cama.
Os pais, incrédulos, assistiam, surpreendidos e divertidos, à azáfama instalada na biblioteca.
Os primeiros a experimentarem as camas improvisadas no chão da biblioteca foram os bonecos de peluche, que muitas das crianças ousaram levar para as ajudarem a adormecer.
A primeira acção proposta foi a pintura de uma pequena tela individual, onde ficaram estampadas, a diferentes cores, várias estrelas e a que deram o nome de “Magia das Cores”.
A professora Cristina Madrinha das atividades de enriquecimento Curricular acompanhou esta atividade e apoiou as crianças na produção de verdadeiras obras de arte.
Seguiu-se então um momento musical, “Ritmos a Compasso”, com canções que a professora Ana Jorge ensaiou nas aulas de Expressão e Educação Musical e com o rufar dos tambores dos “Arrefinfa-na-Bilha”, interpretando um dos temas mais conhecidos do seu repertório, ao som dos seus instrumentos, que não são mais do que recipientes de plástico reutilizados e réguas de madeira de desperdício, o que transmite ainda mais valor a este grupo musical.
Foi então que na Biblioteca se apagaram todas as luzes e o foco do projetor central incidiu sobre os pequenos artistas que trouxeram à cena a peça de teatro mais aguardada.
O silêncio apoderou-se do “salão”, o que permitiu a perfeita audição, do que passara despercebido durante a Festa de Natal.
Depois da “Estrelinha Pálida”, que já contou com a integração no elenco de mais uma aluna transferida, passando a vinte e um “artistas de palmo e meio” a integrar a peça, ainda houve lugar para mais duas estrelas, mas já sem a presença dos acompanhantes dos alunos.
Nessa altura, liderados pela D. Olinda, uma das mais antigas assistentes operacionais da escola, os alunos misturaram, amassaram, enformaram, cozeram e saborearam deliciosos biscoitos, que não chegaram a sobrar, apesar da quantidade de bolos e salgados, que todos trouxeram de casa para a ceia programada.
Para fechar esta iniciativa faltavam as “Histórias ao Deitar”. Professores, pais e alunos passaram a ler histórias infantis à luz de um pequeno candeeiro, enquanto os restantes se enrolavam nos seus confortáveis sacos-cama, desalinhados pelo chão.
As histórias iam-se sucedendo sem que produzissem o efeito aguardado. As crianças tinham-se munido de pilhas de longa duração. Ora agora contas tu, ora agora conto eu, até que, passados cerca de “cem princesas de castelos altaneiros e de quinhentos e dez mil sapos beijoqueiros” o João Pestana, finalmente, apareceu!
No dia seguinte levantaram-se lestos e animados. Vestiram-se e arrumaram tudo muito rapidamente, pois tinham um horário de trabalho a cumprir, ou não fossem elas as “Super-Formigas”!
Assim, em torno de uma realização, com objetivos funcionais comuns, se consegue motivar crianças para as aprendizagens; reforça-se a coesão de um grupo e clarificam-se valores como os da amizade, partilha e solidariedade.
“Queremos mais!” – reclamam as crianças.
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